Pernambuco: Delegados decidem “boicotar” operações do Pacto pela Vida. A Adeppe também planeja uma mobilização em frente à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) no próximo dia 2 de julho, às 8h30. O sindicato da Polícia Civil (Sinpol) também se integra à caminhada, que segue até o Palácio do Campo das Princesas.
Delegados decidem “boicotar” operações do Pacto pela Vida
PUBLICADO EM 26/06/2015 ÀS 20:11 POR MARCELA BALBINO EM NOTÍCIAS
Após
assembleia nesta sexta-feira (26), os delegados da Polícia Civil de
Pernambuco decidiram montar uma agenda de mobilização para pressionar o
governo do Estado. Entre as ações, os servidores decidiram que não vão
participar das operações de repressão qualificada do Pacto pela Vida. As
informações foram repassadas pela Associação dos Delegados de Polícia
de Pernambuco (Adeppe).
No
encontro, os delegados decidiram entregar imediatamente as jornadas
voluntárias extraordinárias (PJEs), afirmaram que vão continuar
priorizando a ordem cronológica dos inquéritos e, para se contrapor ao
Pacto pela Vida, vão lançar o Pacto pela Valorização.
A
Adeppe também planeja uma mobilização em frente à Secretaria de
Planejamento e Gestão (Seplag) no próximo dia 2 de julho, às 8h30. O
sindicato da Polícia Civil (Sinpol) também se integra à caminhada, que
segue até o Palácio do Campo das Princesas.
O
presidente da associação, Francisco Rodrigues, criticou os baixos
salários da categoria e a falta de valorização dos profissionais.
“Trabalhamos em prédios alugados, sem estrutura, com equipamentos de
proteção vencidos. Não é só pela valorização salarial”, afirmou.
Segundo
o representante da Adeppe, os delegados estão entregando os plantões do
Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES), porque afirmam que não
têm condições ideais de trabalho.
Os
delegados também prometem paralisar as operações “contra ameaça” e
“esforço geral”. As duas são mecanismos incorporados ao plano de
segurança do Estado para diminuir os índices de violência. A primeira
busca interrogar suspeitos de ameaça de morte, além de abrir o termo
circunstanciado de ocorrência (TCO). Já a segunda operação é mais focada
no cumprimento de mandados de prisão.
Desde
que assumiu, em abril último, a nova gestão da Adeppe vem subindo o tom
das críticas e tomando decisões que impactam as principais vitrines do
governo na área da segurança pública.
Entre
as principais reivindicações da categoria estão melhores condições de
trabalho e reestruturação da carreira. Atualmente, segundo a Adeppe, o
cargo conta com 30 faixas salariais, com progressões anuais, o que
praticamente impede que os novos delegados cheguem ao último nível. A
entidade reclama, ainda, que recebe “tratamento desrespeitoso” do
Governo do Estado.
“Os
policiais civis são, constantemente, vilipendiados ao ponto de o
Governo, para justificar a falta de equipamentos de proteção individual
(EPI) , considerar o uso de colete à prova de bala ‘excesso de zelo ou
capricho’. Isso é um completo absurdo. Estamos sendo compelidos a
trabalhar de graça, sob pena de termos os salários descontados”,
criticou Francisco Rodrigues.
Fonte: Blog de Jamildo
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