Bombeiro é preso por denunciar jornada de trabalho excessiva!
Bombeiro é preso por denunciar jornada de trabalho, em Goiânia
Superintendência
Regional do Trabalho apura se houve excesso em prisão. Corporação diz
que prisão consta em regulamento e estuda mudar escala.
22/05/2015 16h24 - Atualizado em 22/05/2015 16h24
A
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO)
investiga a prisão do cabo do Corpo de Bombeiros Uilia Braga, suspeito
de denunciar excessos na escala de trabalho. Ele está detido desde
segunda-feira (18) no 8º Batalhão, em Goiânia. "Nós denunciamos a escala
dos bombeiros. Ela tem privado a pessoa humana do convívio com sua
família. Ela tem privado o cidadão de ter acesso à dignidade”, afirmou
Uilia em entrevista à TV Anhanguera pelo telefone celular ao qual tem
acesso dentro do Batalhão.
Segundo
Uilia, em agosto do ano passado ele participou de uma reunião para
denunciar o que ele considera uma jornada de trabalho excessiva. Outros
quatro homens do Corpo de Bombeiros foram punidos pelo mesmo motivo.
Três deles ficaram presos em março. O outro foi excluído da corporação.
O
cabo acredita que a punição foi exagerada. "Minha carreira acabou de
ser sepultada. Eles cuidaram de enquadrar tudo o que fiz, a busca dos
direitos, eles me enquadraram nos piores tipos indisciplinares
existentes no regulamento", afirma.
Para
a União dos Militares de Goiás, a prisão foi abusiva, já que os
bombeiros punidos buscavam melhorias. Além disso, denuncia um déficit de
profissionais na corporação. “A mão de obra para prestar esse tipo de
serviço O governo não contrata mão de obra para a Polícia Militar, e nem
para o Corpo de Bombeiros. Ou seja, [não há] mão de obra para prestar
esse tipo de serviço, para poder não sobrecarregar os companheiros de
trabalho”, afirma o presidente da União, Valdenir Medrado.
Bombeiro é preso por denunciar jornada de trabalho, em Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)O
comando dos Bombeiros afirma que o homem cumpre prisão por ter cometido
transgressão grave, prevista no regulamento da corporação. Além disso,
diz que ele foi punido após a instauração de procedimento
administrativo.
Uma
auditoria da SRTE investiga o caso. A prisão disciplinar de militares é
prevista no regulamento da corporação, mas a auditora Jaqueline Carrijo
questiona os efeitos da punição na carreira dos oficiais. "Prisão é
para bandido. Não é para trabalhador que reivindica melhor condição de
trabalho", afirma a auditora.
O
comando do Corpo de Bombeiros explica que a jornada atual dos militares
é de 24 horas trabalhadas por 48 horas de descanso. Além disso, afirma
que a corporação estuda a possibilidade de implantar uma escala de 24
horas trabalhadas por 72 horas de descanso.
Já
sobre a falta de trabalhadores, a corporação informou que o
planejamento estratégico prevê a necessidade de concurso público para
aumentar e efetivo nos próximos anos. Entretanto, não foi dito uma data
específica para que isso ocorra.
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